Num Reino não muito distante... onde a fantasia reina...
Num Reino não muito distante, onde a fantasia reina, o Senhor acordou e olhou...
Olhou para o céu, cuja imensa escuridão cobria o horizonte.
O horizonte longínquo, onde se perdera na observação desmedida e insegura, onde os medos o assolapavam, de forma irregular e descompassada...
Descompassada mas regular, conforme pode estar ciente...
Ciente das vontades alheias, de quem procura loucamente e não encontra, o Senhor escutou ao longe passos rápidos, que se aproximavam da sua figura estática...
Estática por infortúnio da vivência de um louco...
O mais louco dos loucos, que corria em direcções opostas e cruzadas, começando e recomeçando, sempre cada vez mais rápido e enérgico...
E por tão enérgico que era, de repente, o Senhor saltou para trás e acocorado, agarrou no fio de luz que jazia por entre as trevas do dia...
O dia cinzento e sombrio, que teimada em espreitar, por entre folhas e ramos de cimento, na sobrelotada selva de betão, onde cada canto é uma incerteza, onde cada som é uma ausência...
Uma ausência que teima em persistir, por vezes gradual, por vezes rapidamente...
Rapidamente o Senhor abriu cada raio de luz, multliplicando-se uns após outros, sem qualquer controlo...
Num Reino não muito distante, onde a fantasia reina, o Senhor acordou e olhou...
Olhou para o céu, cuja imensa luz cobria o horizonte...
Paulo Valentim 23-10-06
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home